A revolução iraniana, iniciada em 1978, foi acima de tudo
uma reação ao governo do Xá (rei) Reza Pahlevi, visto como fraco, corrupto e
vendido aos interesses americanos pela maior parte das lideranças religiosas do
Irã, incluindo o Imã Khomeini, que posteriormente seria líder supremo do país.
As relações entre a população iraniana e o xá
vinham sendo estremecidas desde as concessões que este fez aos americanos após
a Segunda Guerra Mundial, e tinha chegado a um ponto crítico no final da década
de 60, quando os americanos e britânicos passaram a receber benefícios judiciários,
enfurecendo a população iraniana e sua liderança religiosa. O Imã Khomeini foi
exilado após esse evento.
Em 1978, a população iraniana, extremamente insatisfeita, toma as ruas e derruba o regime do Xá. Khomeini volta do exílio e, assumindo a liderança do movimento revolucionário, declara o Irã um Estado Islâmico, regido totalmente pela sharia (lei corânica) e com Khomeini como seu líder supremo, configurando uma das únicas revoluções conservadoras bem sucedidas no mundo.
Em 1979, os revoltosos invadem a embaixada
americana, fazendo seus funcionários de reféns por quase um ano, levando a uma
crise diplomática intensa entre Irã e Estados Unidos, no episódio que ficou
conhecido como "Crise dos Reféns no Irã".
Em 1980, com a revolução já bem consolidada, o ditador iraquiano Saddam
Hussein, instigado pelos Estados Unidos, invade o território iraniano, dando
início à Guerra Irã-Iraque, um dos conflitos mais sangrentos do século XX, que
deixou um saldo de cerca de 1 milhão de mortos e durou até 1988, sem um claro
vitorioso.
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